segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CESO - do movimento em rede à oficialização como ONG

O CESO - Convergindo Esforços, Superando Obstáculos - surgiu como movimento em rede no dia 14 de janeiro de 2011 e atuou assim até o presente momento.

Contudo demos um passo rumo à oficialização ao realizarmos nossa Assembléia Estatutária que oficializou a seguinte diretoria fundadora do CESO:

Presidente - Klaus Denecke-Rabello
Vice-Presidente - Vera Assunção
Secretária - Fernanda Saraiva
Diretora de Comunicação - Mariana Pucci
Diretora de Produção - Patrícia Villela
Diretor de Logística - Allyson Faria
Diretor de Saúde e Segurança - Thiago Boligan
Tesoureiro - Diogo Falquer
Conselhos (Fiscal e Deliberativo) - Claudio Rez; João Pedro Demore e Raquel Rech



Saúde! Cheers! Prost! Prosit! Zum Wohl! Tin-tin!

Agora é levar ao cartório, esperar a burocracia, adicionar uma pitada de Amor e duas de muita fé e pronto: já temos a receita para atuarmos conforme a Lei em benefício de todos os seres.

Continuamos sendo um movimento em rede, só que agora com uma forma legalizada atuando para potencializar a convergência da rede.

O CESO é daquilo que se compõe: todos nós.

Obrigado à ESPM que está conosco desde o primeiro momento, cedendo os rádio para nossa comunicação; ao Notre Dame que gentilmente cede seu espaço para nossas reuniões semanais; ao Villa Verde, hotel que nos acolheu com uma diária acessível e sensacional infraestrutura de fato viabilizando nossas missões em termos de custo.

Um especial carinho e agradecimento a todos que doaram e/ou se voluntariaram durante este quase um ano de existência. Você, que lê estas linhas, sabe o quanto foi importante.

Informe CESO sobre chuvas dos dias 17 e 18 de dezembro

INFORME CESOrj - Convergindo Esforços, Superando Obstáculos (publicado na comunidade de monitoramento das chuvas de NF no Facebook)

Somos um movimento em rede criado no dia 14 de janeiro de 2011 para ajudar na região do III.Distrito de Campo do Coelho e durante todo o ano subimos aos finais de semana para realizar ações de mapeamento e entrega de donativos - trabalho de formiga ou de abelha, como preferirem. Ao todo mais de 32 missões no ano...

Este final de semana realizamos nossas ações de natal atendendo 112 crianças de 3 escolas municipais e mais um grande número de famílias e crianças na versão móvel: passamos por São Lourenço, Fazenda Manfredo, Pilões, Campinas, Prainha, Conquista, Sítio Santo André, entre outros... tentamos, mas foi impossível chegar ao Jardim Suíço, que se encontra isolado e sem luz; inclusive há uma senhora acamada, sogra do Zé Nogueira, cuja casa fica à beira do Rio...

Dos 5 trajetos previstos para domingo só conseguimos passar por 1... o resto teve deslizamento e/ou queda de barreira.

No sábado a noite fomos informados de que o estado de alerta havia evoluído para estado de emergência, o que me levou a ligar para a Defesa Civil local para:

a) nos atualizarmos oficialmente dos fatos

b) colocarmos nossa equipe à disposição, pois temos alguns membros com formações específicas que podem ajudar muito nestes casos

Eis minha surpresa ao me deparar com a seguinte situação que lhes copio de um relato que escrevi para a comunidade de nosso grupo:

Ao ligar para a Defesa Civil o "Jão" me informa que não haviam passado para estado de emergência, que nada havia acontecido.

Questionado sobre alguma ocorrência em Campo do Coelho a resposta foi rápida: lá caiu uma ponte.

Novamente questionado a partir dos fatos - afinal, como assim cai uma ponte de uma área de ligação estratégica e não se decreta estado de emergência? O que mais precisaria...

...precisou vir o superior, Meireles, para me dizer que o que havia sido levado era uma pinguela em Córrego Dantas.

Agora, desde quando pinguela é ponte? E como dá para confundir Córrego Dantas com Campo do Coelho?

A preocupação foi de reafirmar que a Defesa Civil estava cobrando do Estado a construção da ponte... enquanto isto, boataria se espalhando nas ondas do medo, das memórias, do ego e da mídia...

Tudo o que menos precisamos é um ciclo de acusações mútuas enquanto vidas estão em risco, tudo o que menos precisamos é desinformação, tudo o que menos precisamos é falta de preparo e falta de coordenação.

Tudo o que mais precisamos é focar nossas vontades para ajudar quem precisa e passar a trabalhar de maneira séria - nosso povo é competente, basta dar condições de trabalho.

Tanto o Jão, quanto o Meireles, tenho certeza, estavam sérios e fazendo seu melhor, mas sem recursos de estrutura e treinamento, sem um processo que lhes dê condições de trabalhar corretamente - a culpa não é deles, a responsabilidade é de todos nós, que aceitamos que o governo brinque com as nossas vidas e não ocupamos nosso espaço político; uma dica: vocês sabiam que se a maioria anular, todos os candidatos se tornam inelegíveis e uma nova eleição tem que ser convocada?

Por isto vale dizer que não precisamos que nos dêem nada não, podemos construir tudo sozinhos. Poder ao povo? Não. Povo ao poder.

Falta educação, mas também falta vontade para sermos uma nação.

Nação não é hino, nação não é bandeira, nação é união!

Natal CESOriano - relato parte 4

Domingo, dia 25 de dezembro, dia de Natal.

Todos felizes com seus presentes, refastelando em casa... menos um grupo de voluntários que convergiu para presentear e receber sorrisos no Morro da Providência, no Rio, onde encontramos o projeto "Mel do Futuro", do senhor Nélio - mais um candidato a parceiro do CESO, tamanha a identificação (e sincronicidade com o sonho de um dos voluntários).





Mais de 50 crianças receberam Papai Noel com brilho nos olhos, uns com marra na cara, outros com traquinagem na cabeça, mas todas com Amor no coração - uns mais velados, outros mais despertos.





O final de tarde foi mágico, principalmente por vermos que no Centro havia outros grupos convergindo em seus corações e doando-se um pouco mais para que outros sofram um pouco menos.



Que o mantra do Papai Noel do CESO ecoe e gere frutos: "estude. por você e pelo seu país."



Espero que tenhamos semeado um futuro melhor não somente para cada uma destas crianças, mas que esta ação gerada pelo coração possa render frutos para toda a nação.

Jóias humanas a serem lapidadas pelos ventos do coração!



Que possamos navegar juntos estes ventos, convergindo nossos esforços em prol de um objetivo comum: o Amor, fim do sofrimento, início do viver.

Natal CESOriano - relato parte 3

Domingo, dia 18, começou com dúvidas quanto à viabilidade de nossa operação. Chovera muito durante toda noite anterior e de madrugada a chuva, por mais que tenha abrandado, continuara a saturar o solo.

Esperamos o máximo que pudemos para decidir com segurança, cercando-nos de inúmeras informações, desmobilizando os voluntários que subiriam para dar apoio no domingo para que evitassem as estradas em condições perigosas... mas como deixar mais de 60 crianças frustradas em suas expectativas?

Como deixar de aproveitar o Natal Móvel para sondar as estradas de terra do interior para termos uma dimensão do obstáculo a ser superado nas próximas chuvas?

Dentro do horário limite a equipe da festa na Escola Municipal João de Almeida - a mesma atendida por nós no dia das crianças e que adotamos em nossa mente-coração -, partiu para realizar o tão esperado natal.








A festa foi linda e reafirmou o laço do CESO com a escola e suas crianças.

A equipe do "Natal Móvel" por sua vez encontrou muito mais do que esperava ver e, por isto mesmo, deixou de ver quem tanto esperava: das cinco rotas previstas, quatro estavam obstruídas por queda de barreiras, o que isolou por completo os "bairros" de Córrego Frio e Jardim Suíço, impedindo-nos de levar cestas básicas, presentes e panetones para famílias necessitadas da região, entre eles uma senhora acamada que necessita de ajuda integral.


É sempre bom checar os buracos antes de entrarmos de cabeça em um caminho sem volta...

...nesta cratera até que deu para passar, mas na barreira seguinte não e assim tivemos que voltar sem atender às famílias de Córrego Frio e Jardim Suíço.


O sucesso da equipe móvel se fez no mapeamento das quedas e no encontro com famílias distantes, assistidas pela única rota ainda (mais ou menos) transitável.





O ponto negativo foi que um dos dois jipes, ao abastecer no posto sem bandeira (mas com combustível originário da Ipiranga) que fica na RJ-130 no retão do hotel Baviera, passou a ter problemas de carburação rodando a baixa potência até que finalmente parou de funcionar no retorno ao Rio, tendo que ser rebocado até um posto próximo para que misturasse gasolina de boa qualidade.

Fica a dica então de não se abastecer no referido posto - que devolveu o dinheiro após o motorista do jipe argumentar com o funcionário do posto a cerca dos desdobramentos com a justiça e a denúncia à ANP.

O retorno ao Rio foi debaixo de muita chuva e tráfego intenso, como as emoções vividas por todos os integrantes, voluntários que sairam de si para se encontrarem no sorriso de uma criança.

E isto não tem preço; tampouco é difícil de descrever. O Amor transpõe todas as barreiras.


Tem que estar junto para vivenciar.



Fica o convite: aliste-se no CESO e seja mais um soldado do bem.

Natal CESOriano - relato parte 2

O sábado, dia 17 de dezembro, foi intenso. E tenso.

Parte da equipe foi levada para realizar a festa de Natal de uma escola municipal em Pilões, onde mais de 60 crianças nos aguardavam ávidas pelo espírito natalino materializado em brincadeiras, carinho e, lógico, presentes.





Depois do traslado feito, um segundo grupo iniciou o que chamamos de "Natal Móvel", onde dois jipes munidos de 5 voluntários - sendo um papai noel e quatro ajudantes -, panetones, brinquedos e muito Amor, rodaram por entre barro, barreiras e muita chuva para revelar no encontro com os moradores da área rural a surpresa que a boa vida guarda dentro de nossos corações.




Tudo transcorria muito bem nas duas frentes, quando subitamente, por volta das 18h uma chuva torrencial, comparável com as do fatídico janeiro passado, colocaram todos em estado de alerta - apenas o tamanho dos pingos e a duração da chuva é que se diferenciavam. Todavia, chovera o suficiente para quase prender os carros 4x2 dos voluntários da escola e levar os jipes a dificuldades inclusive quando rodando em asfalto: a quantidade de lama já obstruíra trechos entre Conquista e Campinas.



Em breve teremos mais relatos em foto e vídeo desta parte de nossa ação. Bem como das crianças e das festas, lógico.

Por fim, vale dizer que todos voltaram bem ao Villa Verde, hotel sempre parceiro e acolhedor, para o debriefing do dia, o briefing do dia seguinte, uma piscina quente e um jantar maravilhoso para recompor as energias.

Até porque Domingo prometia. E cumpriu. Saiba porquê no próximo post.

Natal CESOriano - relato parte 1

As ações de Natal do CESOrj se dividiram em três: as duas primeiras se realizaram concomitantemente no III.Distrito de Campo do Coelho, área rural de Nova Friburgo, nos dias 17 e 18 de dezembro, e a terceira foi uma ação de entrega de presentes e panetones para as crianças percursionistas do projeto Mel do Futuro no domingo dia 25 de dezembro, no Morro da Providência, Rio de Janeiro.

O que mais ressaltou aos olhos e corações de todos os voluntários é como a cidade corrói o ser humano, pois é nítida a diferença na malícia, na intenção e no comportamento das crianças "da cidade grande" e da zona rural.

Mas, no fundo, sabemos que mesmo dentro do ser mais corroído pelo sistema que nos vilipendia há uma criança igual a toda outra criança, independente de origem, classe, credo, cor - uma criança que se manifesta apenas de maneiras distintas em busca do mesmo objetivo: carinho, atenção, cuidado, em suma AMOR.

E foi com esta motivação que mais um comboio subiu a serra, mais uma vez sem apoio e sem resposta da CRT, empresa que detém os direitos exclusivos de concessão e cobra pedágios abusivos, tornando-nos reféns desta uma vez que não há vias alternativas, o que fere o direito constitucional de ir e vir e, pior, dificulta a vontade de ajudar, pois só de pedágio pagamos mais de R$ 150; algo que pesa no bolso do voluntário ou, no mínimo, poderia ser revertido para o benefício dos que mais precisam.

Obstáculo transposto pela convergência das motivações de todos os voluntários, chegamos em Friburgo em duas frentes: o primeiro grupo subiu na sexta, dia 16, para preparar a chegada do comboio que chegou sábado, dia 17, aproximadamente 11 horas ao Villa Verde, nosso parceiro de longa data, empresa que faz muito mais que um favor ou ação de marketing - nos recebe com carinho e incentivo.



O sábado foi intenso. E tenso.

Saiba o porquê no próximo post.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tudo sobre o Natal Solidário do CESOrj

É com muito carinho e amor que o CESOrj tem o orgulho de convidar todos os seus amigos voluntários para a sua mais nova ação dupla: Ação de Natal das Crianças e a Ação Natal Móvel.

Se você tem Facebook e quer participar da troca de idéias e ainda por cima acompanhar os preparativos e a movimentação, inscreva-se no evento.

AÇÂO DE NATAL DAS CRIANÇAS:

Fazendo continuidade a "Ação Dia das Crianças" que fizemos em Outubro, a Ação de Natal das Crianças, consiste em realizarmos duas festas para elas; serão em duas escolas carentes da região (a mesma do dia das crianças + uma outra que escolhemos). Ambas com muita alegria, música, brincadeira, lanche, presentes e claro, sorrisos!

Precisamos então de:
- Brinquedos NOVOS
- Doação de comida para o lanche
- Doação de verba para a compra dos itens de recreação

AÇÃO NATAL MÓVEL:
Fazendo continuidade ao "Criança Móvel" que realizamos também no dia das crianças, o Natal Móvel consiste em levar cesta básica de natal para as famílias carentes, brinquedos para as crianças, kit de higiene bucal para a família e claro, muito amor, carinho e alegria; indo de casa em casa, fazendo com que seja possível todos terem um natal feliz.

Precisamos então de:
- Brinquedos NOVOS
- Doação de Cesta Básica de Natal (lista dos itens em anexo)
- Doação de verba para a compra dos itens complementares


Para que tudo isso seja possível, CONTAMOS COM A AJUDA DE VOCÊS!!!!

Quem quiser subir e participar da festa, pedimos que enviem um e-mail para:
patricia.villela@cesorj.com.br informando interesse, nome, se é a primeira vez que participa, se poderá participar das duas ações (sáb e dom), se possui carro ou precisa de transporte.

Quem não puder subir mas deseja ajudar além das formas acima, nos pergunte como enviando um e-mail para: eventos@cesorj.com.br .

Grande abraço!
Equipe CESOrj



**PONTOS DE ARRECADAÇÃO**

- Zona Sul: Rua Prudente de Moraes, 1125 , Ipanema.
A/C de Thiago Boligan (21 9945.9409)

- Colégio Notre Dame: Todas as segundas até a data do evento. Rua Barão da Torre, 308, Ipanema (deixar na portaria).


- Barra: Rua Escultor Sérgio Camargo, nº 100, bloco 02, apto 907, Condomínio Fontana di Trevi, Rio 2, Entrada pela Av. Embaixador Abelardo Buenno, 3ª entrada - Shopping Rio2, seguir pela guarita/cancela/portal, esquerda e novamente esquerda.
A/C da Dra. Marilia Rodrigues de Faria.
Responsável: Allyson Faria (21 8636.1817)

Interpretação dos Estágios de Alerta e localização de sirenes

O blog da Prefeitura e da Defesa Civil de Nova Friburgo publicou a tabela de interpretação dos estágios de alerta, bem como um mapa com a localização das sirenes do sistema de alerta. Vale conferir o mapa aqui.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ação Dia das Crianças

Pessoal,

como o dia das crianças está chegando, é claro, que o CESOrj não poderia esquecer delas!

No início do ano fizemos uma campanha para arrecadação de material escolar e foi um sucesso, conseguimos entregar mais de 2000 kits escolares para todas as escolas publicas da Zona Rural de Nova Friburgo.

É nesse mesmo espirito solidário que estamos fazendo a campanha para arrecadação de brinquedos NOVOS para entregarmos para a garotada.

O que você ganha em troca? Um Sorriso! Um sorriso sincero, humilde e digno de uma criança que passou por toda aquela tragédia e mesmo assim consegue te dar um abraço.

Quer sentir esse abraço? Venha entregar os presentes conosco!
Não pode ir? Doe um presente! Mostraremos a foto da criança recebendo, tenha certeza que o retorno de paz no coração é imediato!

Não tem tempo para comprar? Nos pergunte como pode ajudar!

Contamos com cada um de vocês para que essa campanha possa ser um sucesso!

Convidem os amigos, os amigos dos amigos, os colegas e os conhecidos!


Informações sobre entrega, dúvidas ou um simples contato enviem um e-mail para:
eventos@cesorj.com.br ou por inbox através do nosso facebook /cesorj!


P.S 1: A data do evento, 08 de outubro, é o dia da entrega dos presentes para as crianças! A arrecadação começa desde hoje.

P.S 2: Vocês podem nos entregar no Colégio Notre Dame, TODAS as segundas até o dia 8 de outubro, em nossa reunião semanal às 20:00 ou podemos ir buscar na portaria do prédio de vocês!

sábado, 10 de setembro de 2011

XXV Comboio - Cidadania Móvel - Notícia da hora

ATENÇÃO:
A equipe Alfa acabou de entrar em contato com a base e nos informou que ao irem em direção ao ponto de destino deles, pela estrada Terê-Fri, observaram um incêndio na entrada do Bairro de Cardinot. O incêndio tomou conta de todo o morro e já está chegando perto das casas. O CESO - Rio de Janeiro entrou em contato com o os Bombeiro de Nova Friburgo e eles nos informaram que não podem ir ao local pois estão sem carros disponíveis para atender a região.

#Cidadania Móvel

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

XXV Comboio - Cidadania Móvel - relato estratégico

Jipes abastecidos, pneus calibrados, óleos completados, faróis e vidros limpos; preparativos finais para mapear os 20 últimos pontos para completar a parte de campo da primeira fase do Cidadania Móvel.

Até aqui foram mapeados 93 ponto de desabamento na área rural de Nova Friburgo, no III.Distrito de Campo do Coelho. O cadastro desenvolvido e aplicado pelo CESOrj visa mapear áreas de maior necessidade tanto em termos humanos, quanto em termos estruturais.

Colhemos dados precisos para atuação futura, tanto em termos de atuação do governo e de outras ONGs no amparo e incentivo ao desenvolvimento das áreas atingidas, quanto no caso do CESOrj necessitar voltar à área em caso de nova tragédia - estaremos monitorando o índice pluviométrico para enviar equipes de resgate em caso de nova ameaça - oramos para que isto não ocorra, mas estamos preparados caso a combinação da intensidade das chuvas com os rios ainda assoreados indique a possibilidade de novas calamidades.

Este final de semana - 10 e 11 de setembro de 2011 - subiremos com três jipes e 14 voluntários para mapear 20 pontos; parece tranquilo, mas a ameaça de chuva e os acessos destruídos recomendam cautela e dosagem de expectativa - às vezes a vontade de ajudar é tamanha que dá margem à frustração e a perda de foco e acabamos por atrapalhar logo aquilo que tanto almejamos; equilíbrio é fundamental.



Humildade para rever constantemente a estratégia de acordo com a mudança de variáveis - acabamos aprendendo e ganhando muito mais do que doamos; potencializamos nossas vidas, compreendendo como apenas uma vida de doação e Amor confere um verdadeiro sentido a tudo.

A estratégia deste final de semana, devido aos poucos jipes, é focar a atuação, bem no estilo Blitzkrieg: rapidez e precisão - estratégica e operacional - para dar conta de 3 áreas principais, subdivididas em fases.

A equipe Alpha irá focar as atuações do sábado nos três pontos mais difíceis de toda região, de todos os 113 pontos, onde 11 pessoas morreram e o acesso só é feito a pé ou de moto. Iremos de jipe até o ponto mais próximo possível e desbravaremos os 7km (aprox.) restantes nas asas da compaixão.



Finalizando esta missão, a equipe Alpha passa a dar suporte para a equipe Ômega, que conta com dois jipes e 9 voluntários focando em uma área com 11 pontos.



O objetivo é mapear tudo isto até o final de sábado para restarem apenas 6 pontos para o domingo - como a previsão é de chuva, optamos por deixar os pontos de mais fácil acesso para o final, até porque são distantes entre si e o ideal é sempre se rodar no mínimo em duplas; algo difícil quando se tem apenas 3 jipes e tantos pontos.

Mas nada que assuste a este grupo que se criou naturalmente - da necessidade que nos une a todos - e que vem atuando incessantemente há 9 meses na região, desde o dia 14 de janeiro.

A história só está começando, tem muita página ainda a ser escrita: ajude-nos, sem drama, a fazer de uma tragédia um final feliz de muito Amor e superação - junte-se ao CESOrj.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Boa viagem, voluntários!

Mais uma missão neste final de semana! Fique por dentro das notícias aqui, no blog, no nosso Twitter ou no Facebook!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Bastidores do Cidadania Móvel

Na contagem regressiva para o terceiro comboio do Cidadania Móvel, reveja cenas de bastidores dos comboios dos dias 16 e 17 de julho e 6 e 7 de agosto.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Imagens que marcaram e motivaram a ajuda

Depoimento do videojornalista da InterTV, Davi Motta, e do jipeiro Leandro, que nos acompanharam no primeiro final de semana do Cidadania Móvel.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Um aviso que salvou uma família

O vizinho, cobrador de ônibus, acordou às 4h para trabalhar e viu que a rua já estava alagada. Chamou os vizinhos, pedindo que saíssem de casa. Foi o que salvou uma família inteira, que teve sua casa atingida por uma barreira. Hoje, eles vivem de aluguel social e estão buscando meios para reconstruir a casa.


Cidadania Móvel na Rádio Globo

Confira matéria de Lena Pereira, que nos acompanhou no primeiro final de semana do Cidadania Móvel.


Curtiu? Então, junte-se a nós no próximo comboio, nos dias 20 e 21.


Lembrete: segunda é nossa reunião semanal no Notre Dame

Esperamos todos às 20h no Notre Dame, em Ipanema. Vamos falar, dentre, outros assuntos, sobre o comboio nos dias 20 e 21. Participem!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A máquina que chega apenas sete meses depois das chuvas

Relato da filha de um agricultor, cuja lavoura foi destruída pela chuva. A máquina para retirar terras e pedras só chegou à propriedade sete meses depois.


Participe do nosso próximo comboio nos dias 20 e 21/8

Terceiro e último final de semana do Evento Cidadania Móvel - onde estamos cadastrando, por meio de um questionário desenvolvido especificamente para o evento, as famílias em 112 pontos que foram considerados os mais atingidos durante as tragédias de janeiro.

Se você é voluntário pela primeira vez, por favor, mande um email para: cidadaniamovel@cesorj.com.​br informando se possui carro/jipe com placa, para liberação de pedágio, quais dias estará disponível e um telefone de contato.

Lembrando que temos a disponibilidade de ficar num excelente pousada com uma sopa ao final do dia e café da manhã por 40,00 em quarto duplo. Se tivermos mais de 25 pessoas na pousada conseguimos um preço melhor!

Se você estiver em Nova Friburgo ou outras regiões e quiser nos encontrar, aguarde as informações sobre o horário de encontro na Queijaria Escola!

Dúvidas: cidadaniamovel@cesorj.com.​br

sábado, 6 de agosto de 2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Marcas da cobertura da tragédia seis meses depois

A repórter da InterTV, Luciana Thomaz, nos acompanhou no Cidadania Móvel no dia 17 de julho, indo a lugares onde nunca havia estado. Ela nos contou como foi o trabalho na noite da chuva e como as lembranças ainda são fortes.

Comboio dos dias 6 e 7 de agosto

Objetivos
Realizar segunda etapa do Cidadania Móvel, com os pontos mais próximos da RJ 130. Haverá outro comboio nos dias 20 e 21, onde convocaremos jipeiros para as localidades mais distantes

Realizar ações específicas do Projeto LAR (Levando Amor e Reconstrução)


Dúvidas ou se você é voluntário pela primeira vez, nos envie um email para cidadaniamovel@cesorj.com.​br

E se você já subiu alguma vez, não esqueça, precisamos das placas e modelos dos carros que vão subir, para o pedágio e também para dividirmos os carros entre os voluntários!

domingo, 31 de julho de 2011

Lembrete: amanhã é nossa reunião semanal no Notre Dame

Esperamos todos às 20h no Notre Dame, em Ipanema. Vamos falar sobre os preparativos do próximo final de semana e sobre os projetos Cidadania Móvel e LAR.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Continuidade do Cidadania Móvel




Decidimos na última reunião as datas dos novos comboios para o Cidadania Móvel - 06 e 07 de agosto e 20 e 21 de agosto.

Nestes dias, vamos dar continuidade ao mapeamento das necessidades nos pontos que não foram feitos nos dias 16 e 17 (confira algumas fotos deste fim de semana acima).

Vamos fazer um grande comboio para fechar o projeto e contando com os jipeiros e os voluntários! Vamos lá?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ainda precisamos de voluntários. Participe!

Esse é o vídeo que o voluntário Claudio Samuca fez durante o Projeto Cidadania Móvel. Se vc quer amor... o caminho é este! Se quer aventura... o caminho é este! Se está à procura... o caminho é este. Ainda precisamos de voluntários... traga a sua galocha!


Projeto Cidadania Móvel - CESOrj from Rootz on Vimeo.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Energia que contagia

O clima positivo dos voluntários do Ceso-RJ - tanto os que estão há seis meses na região rural de Nova Friburgo quanto os que estavam indo pela primeira vez - foi percebido pelos repórteres da InterTV (afiliada da Rede Globo em Friburgo), Luciana Thomaz e Davi Motta, que nos acompanharam no domingo (17/7), durante o Cidadania Móvel. Veja o que eles acharam do nosso trabalho.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Um sonho generoso

Seu Generoso é pipoqueiro e estava, com a mulher Maria Tereza, e dois de seus netos, em Três Cachoeiras, na área rural de Friburgo, na noite do 11/1/11. Tudo ao redor da casa deles desabou e muitos vizinhos morreram. Ele teve um sonho, seis meses antes, que o ajudou a guiar a família para escapar da tragédia. Em visita à casa deles, durante o Cidadania Móvel, ele nos relatou este episódio.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cidadania Móvel na visão de Wesley Salles

Depoimentos como este, de Wesley Salles, promotor da Rádio Globo que nos acompanhou no final de semana, nos motivam a continuar com nossas ações em Friburgo.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mais notícias sobre nosso final de semana...

A repórter Lena Pereira fez um relato detalhado do Cidadania Móvel no blog da Rádio Globo. Confira as ações de domingo e, se você não participou do evento, as portas estão abertas para futuras ações!

O mapeamento do distrito de Campo do Coelho está chegando ao fim. A tarde de domingo avança e os voluntários precisam voltar. Será necessário percorrer ainda muitos pontos de desabamento, mas a maioria dos integrantes do Ceso mora no Rio de Janeiro e trabalha na segunda-feira. É missão para mais um fim de semana.

Para a equipe da Rádio Globo, a experiência foi emocionante. Wesley e eu, além de outros companheiros, subimos a serra diversas vezes desde que a tragédia aconteceu. Todas as vezes, voltamos chateados por ver que muito pouco se avançou e por perceber o que se espera para as chuvas do próximo verão. Desta vez, os comentários são outros. O problema persiste, as encostas ainda ameaçam e as pessoas continuam com muitas necessidades. Mas, no meio de tanta desesperança, há um grupo que segue firme no propósito de mudar essa realidade. Segue tão firme que faz a gente acreditar que muitas coisas ainda serão feitas. As cestas básicas, os kits escolares, os cobertores já chegaram. Faltam os médicos, os documentos, as casas, muita coisa. Mas obstáculos são superados um de cada vez e o bacana é pensar no próximo: a continuidade do mapeamento.

Os voluntários do grupo Convergindo Esforços, Superando Obstáculos se conheceram pela internet e até hoje trabalham em rede. Quem quiser participar, ajudar, saber mais pode acessar o site do grupo: www.cesorj.com.br

Moradores escavam e encontram corpo na região

No caminho para Três Cachoeiras, o primeiro ponto visitado é a casa de Matilde Santos. Ela fica feliz ao perceber a presença dos voluntários, que já estiveram com ela em outras ocasiões. Matilde perdeu 10 familiares: mãe, irmão, sobrinhos. Alguns parentes ainda estão desaparecidos. Na última sexta-feira, o marido de Matilde, Juarez da Conceição, se uniu a outros moradores para tentar encontrar os corpos. Cavaram por quatro horas e encontraram um cadáver, que levaram para a delegacia de Nova Friburgo.

Ainda dói pensar que é domingo e que ela não vai para a casa da mãe, como fez a vida toda. Matilde chora na hora de responder o cadastro e agradece a palavra amiga que está recebendo. Mas ela lembra que em breve as visitas vão embora e que ela vai continuar convivendo com esta imensa dor. Com a doação que recebe, conta que vai cozinhar feijão.

Muito trabalho pela frente no lindo domingo de sol

A Queijaria Escola novamente é o ponto de encontro dos voluntários do Ceso. Eles vão continuar o cadastramento dos moradores de Campo do Coelho, em Nova friburgo. Na manhã de domingo, há menos jipes e um número menor de voluntários. Muitos não puderam ficar e apenas quatro carros com tração nas quatro rodas vão perseguir os pontos de desabamento do terceiro distrito de Nova Friburgo. Como os pontos mais difíceis foram percorridos no sábado, seis carros de passeio se integram ao grupo para chegar aos locais próximos à RJ-130, de acesso mais fácil.

O motorista de ônibus Joílson Chagas é um dos novos participantes do domingo. Ele ficou famoso por devolver 75 mil reais encontrados no veículo que dirigia três meses depois de perder a casa no bairro de Duas Pedras. Também vítima da enchente e ainda morando de favor na casa da irmã, Joílson vai usar as horas de folga para ajudar os voluntários do Ceso.

As incursões são necessárias porque o trabalho dos voluntários é atender as famílias que estão isoladas pelas estradas em más condições e a ausência de transporte público. Estes são os que passam por mais necessidades e os que recebem menos ajuda. O objetivo do Ceso é coletar o maior número de informações sobre os esses moradores, para conseguir parcerias que supram as necessidades deles: alimento, assistência médica, apoio psicológico, moradia, documentos, aluguel social.

O grupo sobe a serra desde 14 de janeiro, dois dias após a tragédia que devastou Nova Friburgo. Desde então, os voluntários fizeram mais de 20 visitas à cidade com diversos objetivos. Entregaram três mil cestas básicas, 10 mil litros de água, mil kits de limpeza, 250 cobertores e 2.500 kits escolares. Captaram recursos para o aluguel de um galpão onde coubessem os donativos, reconstruíram a casa de um casal de idosos e buscam parcerias para a contrução de oito casas e de uma sala de aula. É pouco num universo de 5.317 desalojados e desabrigados (números oficiais do Governo do Estado), mas, se tudo der certo, serão efetivamente nove famílias com um lar. Hoje, não temos notícia de nenhuma além do casal de idosos.

Amarelinho da Rádio Globo nos acompanhou no Cidadania Móvel - Valeu Lena e Wesley!

A repórter Lena Pereira e o promotor Wesley Salles acompanharam a nossa missão do final de semana. Eles abraçaram a causa e compartilharam conosco momentos de emoção e de muito trabalho.

Seguem posts da Lena, no blog da Rádio Globo. E as atualizações continuam...

Sopa e descanso merecidos na noite de sábado

A noite já caiu completamente e é hora de voltar. Fica mais difícil encontrar o caminho nas estradinhas de terra sem qualquer iluminação além do farol dos jipes. Apenas os aparelhos de GPS levam os volutários de volta à RJ-130. Na Queijaria Escola, uma surpresa desagradável: dois carros de voluntários estão trancados no estacionamento. Pela passagem de pedestras, é possível recuperar ao menos as mochilas. Algumas meninas permanecem no local, aguardando a chegada da proprietária que irá abrir o portão.

São 20h30. O restante do grupo vai para o hotel Shangrilá, tomar aquele banho merecido e uma sopa quente, negociada no pacote a preço baixo especialmente oferecido aos voluntários. Às 22h30, parte do grupo toma uma cervejinha no centro de Friburgo. Depois de um dia recompensante, mas cansativo, ninguém precisa ser de ferro.

A noite chega, mas o trabalho continua

Já passa de 16h. Chegar aos 64 pontos pretendidos se torna tarefa impossível para o sábado que se acaba. Em breve vai anoitecer, nem todas as casas têm energia elétrica e o frio já está adormecendo as mãos. Mas as localidades de Dona Mariana e Pilões estão próximas e os voluntários querem aproveitar o restinho do dia.

Uma das casas no caminho de Dona Mariana é de Lucinéia Ferraz. Ela tem onze filhos, com idades entre 33 e 6 anos. Os dois caçulas são gêmeos e um deles, especial, não tem acesso aos tratamentos de saúde necessários. Ela mesma não perdeu nada com a chuva, mas vive em situação precária, em casa sem forro e com chão de terra. A filha mais velha perdeu a casa na enchente e Lucinéia assumiu um dos netos. Durante a conversa, a noite cai e mesmo com muito frio, as crianças ainda estão descalças. Mas estão bastante animadas com as visitas e com o quati de 9 meses, criado pela família como animal de estimação. Lucinéia e a sobrinha, que mora em um quartinho da casa, preenchem o cadastro. Recebem cobertores para aplacar o frio, já que dividem seis cobertas entre todos os moradores da casa.

Bebê guerreiro sobrevive à lama, mas família não tem o que comer

Enquanto uma equipe conversava com o Zé Nogueira, o grupo de Wesley foi visitar a Fazenda Manfredo. O que antes da tragédia era um hotel-fazenda, hoje sequer dá o sustento para a família de caseiros que não teve para onde ir. O casal tem sete filhos, com idades entre 9 meses e 15 anos. Ao lado, fica a casa da avó, separada por uma ponte de madeira improvisada. No dia da chuva, as casas foram tomadas pela lama e o bebê, então com 3 meses, foi encontrado pela mãe preso no barro. Estava vivo, passou cinco dias vomitando lama e, guerreirinho, sobreviveu. Mas desenvolveu uma falta de ar que, quando aparece, provoca desmaio.

O médico da rede pública que consultou o neném disse que é dengo; a mãe não sabe o que fazer quando o menino apaga. A família já passava por dificuldades antes do dia 12 de janeiro. O filho de 13 anos tem transtornos mentais não diagnosticados e a menina de 10 anos tem um problema no nervo óptico – perde gradativamente a visão. Uma criança ficou diabética após a enchente e a causa seria o estresse vivido. A filha de 12 anos está com problemas digestivos e fica dias sem conseguir comer. A voluntária que entrevista a mãe das crianças é nutricionista e recomenda que ela dê uma pequena quantidade de comida a cada hora, para que a menina não deixe de receber nutrientes. A resposta corta o coração: esta mãe acabou de colocar no fogo o último meio quilo de feijão que havia na casa. Como perderam a plantação, estão sem ter o que comer. Para completar, sem a estrada em condições de trânsito, as crianças precisam caminhar quatro quilômetros, todos os dias, para ir à escola.

Os voluntários deixam 12 cobertores e aquilo que conseguem reunir na hora para ajudar. O passo seguinte, menos imediato e mais efetivo, é identificar as famílias em situação de maior risco, como os caseiros da Fazenda Manfredo. Com os dados destas pessoas, será possível convergir os esforços e encontrar parcerias para sanar estas necessidades.

A solidão de quem precisa retomar a vida

O agricultor José Nogueira fica muito feliz com a chegada do voluntários do Ceso. Nesses seis meses, o morador de Córrego Frio já recebeu a visita de políticos, da defesa civil, de pessoas das quais ele nem se lembra muito bem. Cada dia torna a tragédia mais distante para quem foi ajudar logo que tudo aconteceu. As pessoas envolvidas ficam cada vez mais escassas. O grupo de voluntários Convergindo Esforços, Superando Obstáculos é dos poucos que se dedicam com a mesma disponibilidade do início a quem sofre como se fosse janeiro com as consequências da tragédia. Já passa das 14h e o pessoal aproveita para devorar o lanchinho que estava no isopor. Zé Nogueira oferece bananas docinhas, comidas com gosto pelos voluntários.

Zé Nogueira plantava jiló, abobrinha, tomate, morango. A produção era de três a quatro mil caixas de legumes por mês, que ele escoava pela estrada que liga Córrego Frio a Campo do Coelho. A paisagem foi danificada pelos deslizamentos e o rio, que tinha leito de 2 metros, hoje está com 15 metros de largura. A estrada acabou e a Empresa de Obras Públicas do estado abriu um caminho na lateral do morro, que era para ser provisório mas ficou permanente. O terreno é íngreme, vira um atoleiro com qualquer chuvinha, e não pode ser usado para distribuir a produção. Ele conseguiu comprar uma carreta e adubo com uma doação que recebeu do Banco Mundial, mas enquanto não puder escoar os alimentos, não pode voltar a produzir, sob risco de perder a safra.

O sítio era a casa da família do agricultor. Mas com a estrada do jeito que está, não dá para levar os dois filhos pequenos para a escola todos os dias. A esposa fica com eles de segunda a sexta no Centro de Friburgo e José cuida da mãe de 80 anos no sítio, enquanto retoma a produção para consumo próprio. Depois de responder ao cadastro, no cantinho, ele passa o número de telefone dele para a voluntária Fernanda. Pede que ela ligue a cobrar de vez em quando, porque "às vezes bate uma solidão…".

Início da missão em meio a nuvem de poeira

O objetivo de sábado é mapear 64 dos 112 pontos previstos para o fim de semana. A primeira dificuldade dos voluntários é confirmar se os pontos marcados no mapa são mesmo aquelas casinhas que eles encontram na estrada. As profissões de quem embarcou na aventura do Ceso são diversas: dentista, comerciante, técnico em eletrônica, professor, jornalista, publicitária, estudantes, agente de viagem, nutricionista e muitas outras especialidades. Eles precisam tomar intimidade com os mapas, os aparelhos de GPS, o jeito de fazer o cadastro.

Foram seis jipes para cada lado e uma nuvem de poeira toma conta da estrada. O Amarelinho, dirigido pelo promotor Wesley Salles, segue a direção da adutora de água. Eu vou com outro grupo para a área do condomínio Jardim Suíço. Logo no primeiro ponto, os marinheiros de primeira viagem ficam boquiabertos com os sinais da destruição. A área mostra muitas marcas de desabamento de encostas. Vemos lajes tombadas, veículos completamente retorcidos e é duro pensar nas pessoas que estavam nas residências no momento em que tudo veio abaixo.

Na primeira casa, duas famílias dividem o espaço pequeno. Eles respondem ao cadastro, que busca identificar quem perdeu o quê, sem dar chance a oportunismos. Mais à frente, vemos o que restou do Jardim Suíço. Lá, as perdas foram mais materiais do que de vidas, já que o condomínio concentra casas de veraneio e não havia quase ninguém na quarta-feira de 12 de janeiro. Mas as casas ainda submersas e a entrada completamente alagada mostram que pouco se aproveita do que antes eram casas de luxo, num condomínio que realmente já lembrou uma paisagem suíça.

Fora do condomínio está a propriedade da qual o caseiro Jorge Simas toma conta. Ele estava sozinho na madrugada do dia 12 e conta o desespero que sentiu quando viu uma tsunami de lama descer o morro diante da casa. Apesar da quase certeza de que iria morrer, Jorge resolver subir na parte da montanha que ainda tinha vegetação. Ficou agachado, tomando chuva e rezando até o raiar do sol, quando viu que sobreviveu e que muita coisa precisava ser feita. Os patos, marrecos e galinhas não resistiram. Não deu para começar uma nova criação, já que o espaço em que antes ficava o lago hoje virou terra firme. A luz só foi restabelecida no dia 3 de julho, após o dono do sítio entrar na justiça contra a Energisa. Nesses seis meses, apenas a conta de luz continuou a chegar. Hoje, Jorge tem medo de dormir sozinho no sítio. O sobrinho Júlio César, de 15 anos, e outros parentes fazem companhia.

Grupo parte para a aventura e Amarelinho vai no meio do comboio de jipes

Às 11h23, os voluntários do Ceso estão todos reunidos em frente à Queijaria Escola, na RJ-130, que liga Teresópolis a Nova Friburgo. Antes de sair, o grupo reza a Oração de São Francisco. Há budistas, católicos, espíritas e evangélicos entre os participantes, mas todos estão dispostos a levar esperança onde houver desespero e a consolar, mais do que ser consolado. Seis meses depois da tragédia, o grupo sabe que os avanços foram muito pequenos. Estradas e pontes permanecem destruídas, a população precisa de médicos e dentistas, de moradia, de apoio psicológico e algumas famílias carecem, inclusive, de alimentos. Entre as orientações para os recenseadores – muitos deles vão fazer este trabalho pela primeira vez – está ser duro na queda e não demonstrar fragilidade emocional, ao menos na frente de quem precisa de força para enfrentar o que está por vir.

O Amarelinho da Globo é guerreiro e vai participar do comboio, que se divide em quatro frentes. Será que a suspensão e os pneus vão dar conta dos trechos com pedras e das subidas íngremes no barro seco? Assim como os jipes, leva equipe de quatro voluntários, equipados com rádios-comunicadores, fichas de cadastro, cobertores para doação, lanchinho para passar o dia e bebida energética para aqueles que viraram a noite acertando os últimos detalhes da aventura.

Comboio de jipes sobe a serra para mapear necessidades de moradores atingidos pelas chuvas

Amanhecer na Lagoa Rodrigo de Freitas

O dia começa bem cedo para os 38 voluntários do grupo Convergindo Esforços, Superando Obstáculos, o Ceso. Às 6h deste sábado, eles começam a chegar ao Parque dos Patins, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio de Janeiro. Levam 170 cobertores e alimentos para doação, além de muita disposição para ajudar os moradores de Campo do Coelho, o terceiro distrito de Friburgo. Outros vão se unir ao grupo em pontos de encontro nas estradas Rio-Teresópolis e Teresópolis-Nova Friburgo.

Voluntários amarram donativos a um dos 13 jipes da expedição

Esses moradores são pessoas que perderam parentes, amigos, a casa, os animais de estimação e, muitas vezes, a esperança na enxurrada do dia 12 de janeiro. Os poderes públicos - omissos – repassam a responsabilidade para a esfera municipal, estadual ou federal: o importante é não assumir a culpa pelo descaso, pelo mau uso dos recursos, pela falta de transparência e pela incapacidade de administrar. Quem sofreu perdas há seis meses ainda contabiliza os prejuízos. Como falta mais de um ano para as eleições municipais, sequer políticos oportunistas aparecem para consolar quem já tanto sofreu.

Os voluntários do Ceso, como o nome já diz, não recebem nada pelo trabalho. Pelo contrário, tiram do bolso a hospedagem, a gasolina, a alimentação, a água e tudo o mais que precisam para o fim de semana em Nova Friburgo. Hoje, vão começar um trabalho parecido com o dos recenseadores. A meta é atingir 112 pontos apontados em um mapa – também elaborado voluntariamente – onde o estrago foi maior e as cicatrizes na terra anunciam o que está por vir com as próximas chuvas.

Ao mapear esses locais destruídos pela água, os voluntários poderão saber as principais necessidades dos moradores de Campo do Coelho. O registro inclui as famílias que estão sem casa, os problemas de saúde, a falta de alimentos e remédios. Inclui também abraços apertados, dois dedinhos de prosa, ouvidos atentos aos desabafos e oferta de frutas que já cresceram na lavoura desde o último verão. Muitas das fotos usadas aqui no blog do Globomóvel são da voluntária Fernanda Sanches, conforme se vê ao posicionar o cursor sobre as imagens. Agradecemos à Fernanda pelas boas fotos e pelas boas ações.

Cidadania Móvel - cobertura na mídia

Nosso final de semana foi muito produtivo e emocionante! Logo colocaremos mais informações e fotos.

Por enquanto, acompanhe na mídia:

Bom Dia Rio (Nova Friburgo).

E no blog da Rádio Globo.

Obrigada à Lena e Wesley (Rádio Globo) e Luciana e Davi (InterTV)!

domingo, 17 de julho de 2011

Cidadania Móvel - participe! E acompanhe as notícias...


Saída da Lagoa, carregando cobertores para doação - amanhecer de sábado

Acompanhe informações do CIdadania Móvel na Rádio Globo e no blog do Globomóvel. A repórter Lena Pereira está nos acompanhando. E se você não participou, ainda dá tempo: domingo, 8h30, na Queijaria Escola de Nova Friburgo. Converge conosco?

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Animais resgatados em Nova Friburgo estarão disponíveis para adoção neste sábado

No próximo sábado (16), acontece a III campanha de adoção de animais de Nova Friburgo, organizada pelo Projeto Amicão & Amicat, em frente ao IENF, na Praça Demerval Barbosa Moreira, das 9h às 16hs. A campanha tem por objetivo incentivar a adoção de cães e gatos que foram resgatados durante a enchente que perderam seus donos e conscientizar a população contra o abandono desses animais. Poderão ser adotados cães e gatos, com toda a orientação e acompanhamento das voluntárias do projeto.

A campanha, além de colocar os animais para adoção, estará recebendo doações de medicamentos, produtosde limpeza, ração e areia para gatos. Para adotar um animalzinho, os interessados deverão levar um comprovante de residência e um documento de identificação, além de assinar um termo de responsabilidade.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Coluna do Roberto DaMatta no Globo de hoje. Onde estão os limites?

A palavra mais lida nos jornais é "corrupção". Explodem escândalos vergonhosos em todos os níveis do governo. Todos falam de roubalheiras que vêm de "cima" para "baixo", dos "governantes" que deveriam, pela nossa velha cartilha, dar o exemplo para a sociedade. Eles não são apenas a herança do populismo lulista — um populismo de extraordinários resultados coletivos e privados, mas revelações de um sistema administrativo construído sobre uma contradição. Pois se o republicanismo que vem lá da Revolução Francesa se funda na igualdade perante a lei, o estilo brasileiro de exercer o poder é aristocrático e hierárquico.

Quem está mais longe do poder é sujeito da lei e quem o controla multiplica seus bens assaltando os recursos da sociedade impunemente e com a proteção (ou "blindagem") governamental. É o descaso para com a igualdade republicana que está no fundo de todos esses escândalos claros ou velados, e são eles que colocam em xeque o governo e, muito mais que isso, a nossa capacidade de honrar a democracia.

Sobretudo agora que vamos bater novamente de frente com o "mensalão", essa vergonha de um partido que prometia transformar todos os costumes políticos nacionais, mas que demonstrou que o nosso problema é muito mais de atitude gerencial e de cuidado para com a coisa pública do que de mera figuração ideologia.

Nosso moinho satânico não é bem o capitalismo com suas mais-valias e seus monopólios, mas um Estado que troca o senso de limites pelas relações de amizade que se (con)fundem com os elos partidários. O tal governo de coalizão que sempre foi a marca da política nacional é hoje a carteira privilegiada de um clube onde se chega pelo individualismo e pela igualdade das disputas eleitorais, e tira vantagem através da desigualdade que caracteriza o exercício de uma administração centralizada num "estado" que só sabe pensar em si mesmo. A nossa interpretação do liberalismo foi no sentido de transformar o seu individualismo em privilégio pessoal porque nele só enxergamos o lado dos direitos e das vantagens, esquecendo sua dimensão de dever, de honra e de responsabilidade. Dos limites e fronteiras que chegam mais pelo bom-senso e pela boa-fé do que pela policia, pelos tribunais e pelas leis.

O que falta nessa mixórdia não é discutir leis e inventar mais instituições e códigos de conduta, mas de discussão dessas inocentes pontes "naturais" e "humanas" entre gerentes públicos (prefeitos, governadores, ministros, reitores, diretores, presidentes, etc...) e administradores privados — todos enriquecendo brutalmente que com o nosso dinheiro.

E o ponto central para realizar tal discussão é ter uma consciência cada vez mais clara de que quem produz os recursos e a riqueza é a sociedade. É o conjunto de pessoas que forma o tal "povo" que não é nem pobre ou rico, mas é comum no sentido de ser parte de um todo com interesses e valores coincidentes. Pertence a esse povo o dinheiro nacional, bem como a conduta dos seus gerentes, eleitos por tempo limitado. Eles não são os seus donos, mas os seus gerentes. Eles não têm o direito de fraudar esse povo em nome de sua libertação ou de sua miséria, mas a obrigação de honrá-lo com o gerenciamento eficiente e honesto dos seus recursos.

Só a consciência radical da igualdade perante a lei e da responsabilidade publica dela decorrente pode nos libertar desse embrulho ideológico mistificador no qual os governantes se apresentam como protetores, mães, pais e tios, primos e, no fundo, proxenetas do "povo". Esse povo propositalmente confundido de modo imoral e populista com os "pobres" que precisam de um Deus no céu e de nossa ação a seu favor na terra. É entre ele e os projetos governamentais que brotam as mestiçagens do público com o privado — essas misturas que multiplicam bens num grau que escandalizaria um imperador romano.

Precisamos urgentemente de uma consciência de limites — essa irmã do bom-senso. O bom-senso sobre o qual Tom Paine, em pleno século XVIII, exortando a separação entre pessoa e papel num mundo novo, marcado pelo individualismo e pelo ideal de liberdade e igualdade, discutia. Tal conta de chegar entre pessoa (com seus interesses particulares) e papel público (que demanda isenção, equilíbrio e altruísmo). Sabemos como isso é complexo num pais marcado pela desigualdade da escravidão, como bem viu Joaquim Nabuco. Mas, sem essa consciência do que é público e do que é particular, não vamos alcançar o mínimo da responsabilidade pública demandada numa democracia representativa, pois ela depende dessa discussão daquilo que é suficiente para cada um de nós num sistema onde, aparentemente, o céu pode ser o limite — como exemplificam os nossos representantes (???) na esfera pública, sobretudo os que nos governam.

Termino com uma parábola.

Conta-se que, numa reunião na mansão de um multimilionário americano, o escritor Kurt Vonnegut Jr. (autor, entre outros, do incrível "Matadouro 5") perguntou ao seu colega Joseph Heller (autor do não menos perturbador e brilhante "Ardil 22"): "Joe, você não fica chateado sabendo que esse cara ganha mais num dia do que você jamais ganhou com a venda de 'Ardil 22' no mundo todo?" Ao que Heller respondeu: "Não, porque eu tenho alguma coisa que esse cara não tem!" Vonnegut olhou firme para ele e disse: "E o que você acha que pode ter que esse sujeito não tenha?" Resposta do Heller: "Eu conheço o significado da palavra suficiente!".

Publicado no Globo de hoje. Roberto DaMatta é antropólogo.

Corrupção aumenta drama da Serra - Editorial do Globo de hoje

Vítima do maior desastre natural da História do país, a Região Serrana fluminense tem sido palco, desde as enchentes que no início do ano mataram 900 pessoas e deixaram em seus municípios milhares de famílias desabrigadas, de um drama no qual se misturam três pragas do Estado brasileiro. A primeira brotou da própria tragédia - o pouco apreço dos governos com ações preventivas que reduzam riscos decorrentes de contingências ambientais. O dilúvio foi um fenômeno da natureza, mas não tiveram nada de inato a falta de medidas de precaução, a ineficiência e os equívocos de comunicação entre si de órgãos de defesa civil que marcaram a atuação do poder público ao cair das chuvas, o que potencializou prejuízos materiais, morais e familiares na Serra. A segunda é a burocracia que dificulta iniciativas de reparação de danos e de ajuda a moradores e empresas atingidos pela calamidade.

A terceira praga, a corrupção, entrou em curso antes mesmo de o nível das águas baixar. Bombeado por um propinoduto, um esquema de acertos drenou para bolsos privados recursos liberados pela União para a reconstrução das áreas atingidas. Uma série de reportagens do GLOBO mostra a dimensão da desfaçatez: um grupo de funcionários públicos e empresários, segundo investigações da Justiça, teria pactuado o reajuste de propinas para aprovar contratos sem licitação.

De acordo com um empresário, em Teresópolis o percentual da taxa ilegal, normalmente (sic) de 10%, passou para 50% após a enxurrada. As denúncias chegam ao primeiro escalão do governo municipal, envolvendo dois secretários. O prefeito é objeto de uma ação de expulsão movida pelo diretório local do PT. O fato pitoresco de propinas terem sido pagas até no banheiro da prefeitura apenas acrescenta um iconográfico componente à sordidez do esquema de fraudes.

Em Nova Friburgo, a cidade mais atingida pelo temporal e que recebeu a maior fatia da verba da União, o Ministério Público Federal já instaurou mais de uma dezena de inquéritos, cobrando explicações do governo municipal. Diante das evidências de que a prefeitura poderia maquiar os processos de liberação de verbas, oficiais de justiça cumpriram ontem mandados de busca a processos com informações, sonegadas pelo prefeito Dermeval Barboza Moreira Neto (PMDB), sobre a aplicação dos recursos repassados por Brasília. Por improbidade administrativa, Moreira Neto e o procurador-geral do município, Hamilton Sampaio da Silva, são alvo de uma ação civil pública do MPF.

As investigações estão em curso. É fundamental que o Ministério Público as leve ao fim, com a punição exemplar de todos os envolvidos no escândalo. A formação de esquemas de corrupção para surrupiar verbas públicas é condenável por princípio. Mas todo esse episódio de malversação da ajuda financeira à Serra tem o perverso agravante de que tragédias pessoais serviram de pano de fundo de ações criminosas. Deixá-las sem uma resposta firme da Justiça trará para o palco do drama outra das grandes pragas do país - a impunidade.