domingo, 31 de julho de 2011

Lembrete: amanhã é nossa reunião semanal no Notre Dame

Esperamos todos às 20h no Notre Dame, em Ipanema. Vamos falar sobre os preparativos do próximo final de semana e sobre os projetos Cidadania Móvel e LAR.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Continuidade do Cidadania Móvel




Decidimos na última reunião as datas dos novos comboios para o Cidadania Móvel - 06 e 07 de agosto e 20 e 21 de agosto.

Nestes dias, vamos dar continuidade ao mapeamento das necessidades nos pontos que não foram feitos nos dias 16 e 17 (confira algumas fotos deste fim de semana acima).

Vamos fazer um grande comboio para fechar o projeto e contando com os jipeiros e os voluntários! Vamos lá?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ainda precisamos de voluntários. Participe!

Esse é o vídeo que o voluntário Claudio Samuca fez durante o Projeto Cidadania Móvel. Se vc quer amor... o caminho é este! Se quer aventura... o caminho é este! Se está à procura... o caminho é este. Ainda precisamos de voluntários... traga a sua galocha!


Projeto Cidadania Móvel - CESOrj from Rootz on Vimeo.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Energia que contagia

O clima positivo dos voluntários do Ceso-RJ - tanto os que estão há seis meses na região rural de Nova Friburgo quanto os que estavam indo pela primeira vez - foi percebido pelos repórteres da InterTV (afiliada da Rede Globo em Friburgo), Luciana Thomaz e Davi Motta, que nos acompanharam no domingo (17/7), durante o Cidadania Móvel. Veja o que eles acharam do nosso trabalho.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Um sonho generoso

Seu Generoso é pipoqueiro e estava, com a mulher Maria Tereza, e dois de seus netos, em Três Cachoeiras, na área rural de Friburgo, na noite do 11/1/11. Tudo ao redor da casa deles desabou e muitos vizinhos morreram. Ele teve um sonho, seis meses antes, que o ajudou a guiar a família para escapar da tragédia. Em visita à casa deles, durante o Cidadania Móvel, ele nos relatou este episódio.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cidadania Móvel na visão de Wesley Salles

Depoimentos como este, de Wesley Salles, promotor da Rádio Globo que nos acompanhou no final de semana, nos motivam a continuar com nossas ações em Friburgo.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mais notícias sobre nosso final de semana...

A repórter Lena Pereira fez um relato detalhado do Cidadania Móvel no blog da Rádio Globo. Confira as ações de domingo e, se você não participou do evento, as portas estão abertas para futuras ações!

O mapeamento do distrito de Campo do Coelho está chegando ao fim. A tarde de domingo avança e os voluntários precisam voltar. Será necessário percorrer ainda muitos pontos de desabamento, mas a maioria dos integrantes do Ceso mora no Rio de Janeiro e trabalha na segunda-feira. É missão para mais um fim de semana.

Para a equipe da Rádio Globo, a experiência foi emocionante. Wesley e eu, além de outros companheiros, subimos a serra diversas vezes desde que a tragédia aconteceu. Todas as vezes, voltamos chateados por ver que muito pouco se avançou e por perceber o que se espera para as chuvas do próximo verão. Desta vez, os comentários são outros. O problema persiste, as encostas ainda ameaçam e as pessoas continuam com muitas necessidades. Mas, no meio de tanta desesperança, há um grupo que segue firme no propósito de mudar essa realidade. Segue tão firme que faz a gente acreditar que muitas coisas ainda serão feitas. As cestas básicas, os kits escolares, os cobertores já chegaram. Faltam os médicos, os documentos, as casas, muita coisa. Mas obstáculos são superados um de cada vez e o bacana é pensar no próximo: a continuidade do mapeamento.

Os voluntários do grupo Convergindo Esforços, Superando Obstáculos se conheceram pela internet e até hoje trabalham em rede. Quem quiser participar, ajudar, saber mais pode acessar o site do grupo: www.cesorj.com.br

Moradores escavam e encontram corpo na região

No caminho para Três Cachoeiras, o primeiro ponto visitado é a casa de Matilde Santos. Ela fica feliz ao perceber a presença dos voluntários, que já estiveram com ela em outras ocasiões. Matilde perdeu 10 familiares: mãe, irmão, sobrinhos. Alguns parentes ainda estão desaparecidos. Na última sexta-feira, o marido de Matilde, Juarez da Conceição, se uniu a outros moradores para tentar encontrar os corpos. Cavaram por quatro horas e encontraram um cadáver, que levaram para a delegacia de Nova Friburgo.

Ainda dói pensar que é domingo e que ela não vai para a casa da mãe, como fez a vida toda. Matilde chora na hora de responder o cadastro e agradece a palavra amiga que está recebendo. Mas ela lembra que em breve as visitas vão embora e que ela vai continuar convivendo com esta imensa dor. Com a doação que recebe, conta que vai cozinhar feijão.

Muito trabalho pela frente no lindo domingo de sol

A Queijaria Escola novamente é o ponto de encontro dos voluntários do Ceso. Eles vão continuar o cadastramento dos moradores de Campo do Coelho, em Nova friburgo. Na manhã de domingo, há menos jipes e um número menor de voluntários. Muitos não puderam ficar e apenas quatro carros com tração nas quatro rodas vão perseguir os pontos de desabamento do terceiro distrito de Nova Friburgo. Como os pontos mais difíceis foram percorridos no sábado, seis carros de passeio se integram ao grupo para chegar aos locais próximos à RJ-130, de acesso mais fácil.

O motorista de ônibus Joílson Chagas é um dos novos participantes do domingo. Ele ficou famoso por devolver 75 mil reais encontrados no veículo que dirigia três meses depois de perder a casa no bairro de Duas Pedras. Também vítima da enchente e ainda morando de favor na casa da irmã, Joílson vai usar as horas de folga para ajudar os voluntários do Ceso.

As incursões são necessárias porque o trabalho dos voluntários é atender as famílias que estão isoladas pelas estradas em más condições e a ausência de transporte público. Estes são os que passam por mais necessidades e os que recebem menos ajuda. O objetivo do Ceso é coletar o maior número de informações sobre os esses moradores, para conseguir parcerias que supram as necessidades deles: alimento, assistência médica, apoio psicológico, moradia, documentos, aluguel social.

O grupo sobe a serra desde 14 de janeiro, dois dias após a tragédia que devastou Nova Friburgo. Desde então, os voluntários fizeram mais de 20 visitas à cidade com diversos objetivos. Entregaram três mil cestas básicas, 10 mil litros de água, mil kits de limpeza, 250 cobertores e 2.500 kits escolares. Captaram recursos para o aluguel de um galpão onde coubessem os donativos, reconstruíram a casa de um casal de idosos e buscam parcerias para a contrução de oito casas e de uma sala de aula. É pouco num universo de 5.317 desalojados e desabrigados (números oficiais do Governo do Estado), mas, se tudo der certo, serão efetivamente nove famílias com um lar. Hoje, não temos notícia de nenhuma além do casal de idosos.

Amarelinho da Rádio Globo nos acompanhou no Cidadania Móvel - Valeu Lena e Wesley!

A repórter Lena Pereira e o promotor Wesley Salles acompanharam a nossa missão do final de semana. Eles abraçaram a causa e compartilharam conosco momentos de emoção e de muito trabalho.

Seguem posts da Lena, no blog da Rádio Globo. E as atualizações continuam...

Sopa e descanso merecidos na noite de sábado

A noite já caiu completamente e é hora de voltar. Fica mais difícil encontrar o caminho nas estradinhas de terra sem qualquer iluminação além do farol dos jipes. Apenas os aparelhos de GPS levam os volutários de volta à RJ-130. Na Queijaria Escola, uma surpresa desagradável: dois carros de voluntários estão trancados no estacionamento. Pela passagem de pedestras, é possível recuperar ao menos as mochilas. Algumas meninas permanecem no local, aguardando a chegada da proprietária que irá abrir o portão.

São 20h30. O restante do grupo vai para o hotel Shangrilá, tomar aquele banho merecido e uma sopa quente, negociada no pacote a preço baixo especialmente oferecido aos voluntários. Às 22h30, parte do grupo toma uma cervejinha no centro de Friburgo. Depois de um dia recompensante, mas cansativo, ninguém precisa ser de ferro.

A noite chega, mas o trabalho continua

Já passa de 16h. Chegar aos 64 pontos pretendidos se torna tarefa impossível para o sábado que se acaba. Em breve vai anoitecer, nem todas as casas têm energia elétrica e o frio já está adormecendo as mãos. Mas as localidades de Dona Mariana e Pilões estão próximas e os voluntários querem aproveitar o restinho do dia.

Uma das casas no caminho de Dona Mariana é de Lucinéia Ferraz. Ela tem onze filhos, com idades entre 33 e 6 anos. Os dois caçulas são gêmeos e um deles, especial, não tem acesso aos tratamentos de saúde necessários. Ela mesma não perdeu nada com a chuva, mas vive em situação precária, em casa sem forro e com chão de terra. A filha mais velha perdeu a casa na enchente e Lucinéia assumiu um dos netos. Durante a conversa, a noite cai e mesmo com muito frio, as crianças ainda estão descalças. Mas estão bastante animadas com as visitas e com o quati de 9 meses, criado pela família como animal de estimação. Lucinéia e a sobrinha, que mora em um quartinho da casa, preenchem o cadastro. Recebem cobertores para aplacar o frio, já que dividem seis cobertas entre todos os moradores da casa.

Bebê guerreiro sobrevive à lama, mas família não tem o que comer

Enquanto uma equipe conversava com o Zé Nogueira, o grupo de Wesley foi visitar a Fazenda Manfredo. O que antes da tragédia era um hotel-fazenda, hoje sequer dá o sustento para a família de caseiros que não teve para onde ir. O casal tem sete filhos, com idades entre 9 meses e 15 anos. Ao lado, fica a casa da avó, separada por uma ponte de madeira improvisada. No dia da chuva, as casas foram tomadas pela lama e o bebê, então com 3 meses, foi encontrado pela mãe preso no barro. Estava vivo, passou cinco dias vomitando lama e, guerreirinho, sobreviveu. Mas desenvolveu uma falta de ar que, quando aparece, provoca desmaio.

O médico da rede pública que consultou o neném disse que é dengo; a mãe não sabe o que fazer quando o menino apaga. A família já passava por dificuldades antes do dia 12 de janeiro. O filho de 13 anos tem transtornos mentais não diagnosticados e a menina de 10 anos tem um problema no nervo óptico – perde gradativamente a visão. Uma criança ficou diabética após a enchente e a causa seria o estresse vivido. A filha de 12 anos está com problemas digestivos e fica dias sem conseguir comer. A voluntária que entrevista a mãe das crianças é nutricionista e recomenda que ela dê uma pequena quantidade de comida a cada hora, para que a menina não deixe de receber nutrientes. A resposta corta o coração: esta mãe acabou de colocar no fogo o último meio quilo de feijão que havia na casa. Como perderam a plantação, estão sem ter o que comer. Para completar, sem a estrada em condições de trânsito, as crianças precisam caminhar quatro quilômetros, todos os dias, para ir à escola.

Os voluntários deixam 12 cobertores e aquilo que conseguem reunir na hora para ajudar. O passo seguinte, menos imediato e mais efetivo, é identificar as famílias em situação de maior risco, como os caseiros da Fazenda Manfredo. Com os dados destas pessoas, será possível convergir os esforços e encontrar parcerias para sanar estas necessidades.

A solidão de quem precisa retomar a vida

O agricultor José Nogueira fica muito feliz com a chegada do voluntários do Ceso. Nesses seis meses, o morador de Córrego Frio já recebeu a visita de políticos, da defesa civil, de pessoas das quais ele nem se lembra muito bem. Cada dia torna a tragédia mais distante para quem foi ajudar logo que tudo aconteceu. As pessoas envolvidas ficam cada vez mais escassas. O grupo de voluntários Convergindo Esforços, Superando Obstáculos é dos poucos que se dedicam com a mesma disponibilidade do início a quem sofre como se fosse janeiro com as consequências da tragédia. Já passa das 14h e o pessoal aproveita para devorar o lanchinho que estava no isopor. Zé Nogueira oferece bananas docinhas, comidas com gosto pelos voluntários.

Zé Nogueira plantava jiló, abobrinha, tomate, morango. A produção era de três a quatro mil caixas de legumes por mês, que ele escoava pela estrada que liga Córrego Frio a Campo do Coelho. A paisagem foi danificada pelos deslizamentos e o rio, que tinha leito de 2 metros, hoje está com 15 metros de largura. A estrada acabou e a Empresa de Obras Públicas do estado abriu um caminho na lateral do morro, que era para ser provisório mas ficou permanente. O terreno é íngreme, vira um atoleiro com qualquer chuvinha, e não pode ser usado para distribuir a produção. Ele conseguiu comprar uma carreta e adubo com uma doação que recebeu do Banco Mundial, mas enquanto não puder escoar os alimentos, não pode voltar a produzir, sob risco de perder a safra.

O sítio era a casa da família do agricultor. Mas com a estrada do jeito que está, não dá para levar os dois filhos pequenos para a escola todos os dias. A esposa fica com eles de segunda a sexta no Centro de Friburgo e José cuida da mãe de 80 anos no sítio, enquanto retoma a produção para consumo próprio. Depois de responder ao cadastro, no cantinho, ele passa o número de telefone dele para a voluntária Fernanda. Pede que ela ligue a cobrar de vez em quando, porque "às vezes bate uma solidão…".

Início da missão em meio a nuvem de poeira

O objetivo de sábado é mapear 64 dos 112 pontos previstos para o fim de semana. A primeira dificuldade dos voluntários é confirmar se os pontos marcados no mapa são mesmo aquelas casinhas que eles encontram na estrada. As profissões de quem embarcou na aventura do Ceso são diversas: dentista, comerciante, técnico em eletrônica, professor, jornalista, publicitária, estudantes, agente de viagem, nutricionista e muitas outras especialidades. Eles precisam tomar intimidade com os mapas, os aparelhos de GPS, o jeito de fazer o cadastro.

Foram seis jipes para cada lado e uma nuvem de poeira toma conta da estrada. O Amarelinho, dirigido pelo promotor Wesley Salles, segue a direção da adutora de água. Eu vou com outro grupo para a área do condomínio Jardim Suíço. Logo no primeiro ponto, os marinheiros de primeira viagem ficam boquiabertos com os sinais da destruição. A área mostra muitas marcas de desabamento de encostas. Vemos lajes tombadas, veículos completamente retorcidos e é duro pensar nas pessoas que estavam nas residências no momento em que tudo veio abaixo.

Na primeira casa, duas famílias dividem o espaço pequeno. Eles respondem ao cadastro, que busca identificar quem perdeu o quê, sem dar chance a oportunismos. Mais à frente, vemos o que restou do Jardim Suíço. Lá, as perdas foram mais materiais do que de vidas, já que o condomínio concentra casas de veraneio e não havia quase ninguém na quarta-feira de 12 de janeiro. Mas as casas ainda submersas e a entrada completamente alagada mostram que pouco se aproveita do que antes eram casas de luxo, num condomínio que realmente já lembrou uma paisagem suíça.

Fora do condomínio está a propriedade da qual o caseiro Jorge Simas toma conta. Ele estava sozinho na madrugada do dia 12 e conta o desespero que sentiu quando viu uma tsunami de lama descer o morro diante da casa. Apesar da quase certeza de que iria morrer, Jorge resolver subir na parte da montanha que ainda tinha vegetação. Ficou agachado, tomando chuva e rezando até o raiar do sol, quando viu que sobreviveu e que muita coisa precisava ser feita. Os patos, marrecos e galinhas não resistiram. Não deu para começar uma nova criação, já que o espaço em que antes ficava o lago hoje virou terra firme. A luz só foi restabelecida no dia 3 de julho, após o dono do sítio entrar na justiça contra a Energisa. Nesses seis meses, apenas a conta de luz continuou a chegar. Hoje, Jorge tem medo de dormir sozinho no sítio. O sobrinho Júlio César, de 15 anos, e outros parentes fazem companhia.

Grupo parte para a aventura e Amarelinho vai no meio do comboio de jipes

Às 11h23, os voluntários do Ceso estão todos reunidos em frente à Queijaria Escola, na RJ-130, que liga Teresópolis a Nova Friburgo. Antes de sair, o grupo reza a Oração de São Francisco. Há budistas, católicos, espíritas e evangélicos entre os participantes, mas todos estão dispostos a levar esperança onde houver desespero e a consolar, mais do que ser consolado. Seis meses depois da tragédia, o grupo sabe que os avanços foram muito pequenos. Estradas e pontes permanecem destruídas, a população precisa de médicos e dentistas, de moradia, de apoio psicológico e algumas famílias carecem, inclusive, de alimentos. Entre as orientações para os recenseadores – muitos deles vão fazer este trabalho pela primeira vez – está ser duro na queda e não demonstrar fragilidade emocional, ao menos na frente de quem precisa de força para enfrentar o que está por vir.

O Amarelinho da Globo é guerreiro e vai participar do comboio, que se divide em quatro frentes. Será que a suspensão e os pneus vão dar conta dos trechos com pedras e das subidas íngremes no barro seco? Assim como os jipes, leva equipe de quatro voluntários, equipados com rádios-comunicadores, fichas de cadastro, cobertores para doação, lanchinho para passar o dia e bebida energética para aqueles que viraram a noite acertando os últimos detalhes da aventura.

Comboio de jipes sobe a serra para mapear necessidades de moradores atingidos pelas chuvas

Amanhecer na Lagoa Rodrigo de Freitas

O dia começa bem cedo para os 38 voluntários do grupo Convergindo Esforços, Superando Obstáculos, o Ceso. Às 6h deste sábado, eles começam a chegar ao Parque dos Patins, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio de Janeiro. Levam 170 cobertores e alimentos para doação, além de muita disposição para ajudar os moradores de Campo do Coelho, o terceiro distrito de Friburgo. Outros vão se unir ao grupo em pontos de encontro nas estradas Rio-Teresópolis e Teresópolis-Nova Friburgo.

Voluntários amarram donativos a um dos 13 jipes da expedição

Esses moradores são pessoas que perderam parentes, amigos, a casa, os animais de estimação e, muitas vezes, a esperança na enxurrada do dia 12 de janeiro. Os poderes públicos - omissos – repassam a responsabilidade para a esfera municipal, estadual ou federal: o importante é não assumir a culpa pelo descaso, pelo mau uso dos recursos, pela falta de transparência e pela incapacidade de administrar. Quem sofreu perdas há seis meses ainda contabiliza os prejuízos. Como falta mais de um ano para as eleições municipais, sequer políticos oportunistas aparecem para consolar quem já tanto sofreu.

Os voluntários do Ceso, como o nome já diz, não recebem nada pelo trabalho. Pelo contrário, tiram do bolso a hospedagem, a gasolina, a alimentação, a água e tudo o mais que precisam para o fim de semana em Nova Friburgo. Hoje, vão começar um trabalho parecido com o dos recenseadores. A meta é atingir 112 pontos apontados em um mapa – também elaborado voluntariamente – onde o estrago foi maior e as cicatrizes na terra anunciam o que está por vir com as próximas chuvas.

Ao mapear esses locais destruídos pela água, os voluntários poderão saber as principais necessidades dos moradores de Campo do Coelho. O registro inclui as famílias que estão sem casa, os problemas de saúde, a falta de alimentos e remédios. Inclui também abraços apertados, dois dedinhos de prosa, ouvidos atentos aos desabafos e oferta de frutas que já cresceram na lavoura desde o último verão. Muitas das fotos usadas aqui no blog do Globomóvel são da voluntária Fernanda Sanches, conforme se vê ao posicionar o cursor sobre as imagens. Agradecemos à Fernanda pelas boas fotos e pelas boas ações.

Cidadania Móvel - cobertura na mídia

Nosso final de semana foi muito produtivo e emocionante! Logo colocaremos mais informações e fotos.

Por enquanto, acompanhe na mídia:

Bom Dia Rio (Nova Friburgo).

E no blog da Rádio Globo.

Obrigada à Lena e Wesley (Rádio Globo) e Luciana e Davi (InterTV)!

domingo, 17 de julho de 2011

Cidadania Móvel - participe! E acompanhe as notícias...


Saída da Lagoa, carregando cobertores para doação - amanhecer de sábado

Acompanhe informações do CIdadania Móvel na Rádio Globo e no blog do Globomóvel. A repórter Lena Pereira está nos acompanhando. E se você não participou, ainda dá tempo: domingo, 8h30, na Queijaria Escola de Nova Friburgo. Converge conosco?

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Animais resgatados em Nova Friburgo estarão disponíveis para adoção neste sábado

No próximo sábado (16), acontece a III campanha de adoção de animais de Nova Friburgo, organizada pelo Projeto Amicão & Amicat, em frente ao IENF, na Praça Demerval Barbosa Moreira, das 9h às 16hs. A campanha tem por objetivo incentivar a adoção de cães e gatos que foram resgatados durante a enchente que perderam seus donos e conscientizar a população contra o abandono desses animais. Poderão ser adotados cães e gatos, com toda a orientação e acompanhamento das voluntárias do projeto.

A campanha, além de colocar os animais para adoção, estará recebendo doações de medicamentos, produtosde limpeza, ração e areia para gatos. Para adotar um animalzinho, os interessados deverão levar um comprovante de residência e um documento de identificação, além de assinar um termo de responsabilidade.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Coluna do Roberto DaMatta no Globo de hoje. Onde estão os limites?

A palavra mais lida nos jornais é "corrupção". Explodem escândalos vergonhosos em todos os níveis do governo. Todos falam de roubalheiras que vêm de "cima" para "baixo", dos "governantes" que deveriam, pela nossa velha cartilha, dar o exemplo para a sociedade. Eles não são apenas a herança do populismo lulista — um populismo de extraordinários resultados coletivos e privados, mas revelações de um sistema administrativo construído sobre uma contradição. Pois se o republicanismo que vem lá da Revolução Francesa se funda na igualdade perante a lei, o estilo brasileiro de exercer o poder é aristocrático e hierárquico.

Quem está mais longe do poder é sujeito da lei e quem o controla multiplica seus bens assaltando os recursos da sociedade impunemente e com a proteção (ou "blindagem") governamental. É o descaso para com a igualdade republicana que está no fundo de todos esses escândalos claros ou velados, e são eles que colocam em xeque o governo e, muito mais que isso, a nossa capacidade de honrar a democracia.

Sobretudo agora que vamos bater novamente de frente com o "mensalão", essa vergonha de um partido que prometia transformar todos os costumes políticos nacionais, mas que demonstrou que o nosso problema é muito mais de atitude gerencial e de cuidado para com a coisa pública do que de mera figuração ideologia.

Nosso moinho satânico não é bem o capitalismo com suas mais-valias e seus monopólios, mas um Estado que troca o senso de limites pelas relações de amizade que se (con)fundem com os elos partidários. O tal governo de coalizão que sempre foi a marca da política nacional é hoje a carteira privilegiada de um clube onde se chega pelo individualismo e pela igualdade das disputas eleitorais, e tira vantagem através da desigualdade que caracteriza o exercício de uma administração centralizada num "estado" que só sabe pensar em si mesmo. A nossa interpretação do liberalismo foi no sentido de transformar o seu individualismo em privilégio pessoal porque nele só enxergamos o lado dos direitos e das vantagens, esquecendo sua dimensão de dever, de honra e de responsabilidade. Dos limites e fronteiras que chegam mais pelo bom-senso e pela boa-fé do que pela policia, pelos tribunais e pelas leis.

O que falta nessa mixórdia não é discutir leis e inventar mais instituições e códigos de conduta, mas de discussão dessas inocentes pontes "naturais" e "humanas" entre gerentes públicos (prefeitos, governadores, ministros, reitores, diretores, presidentes, etc...) e administradores privados — todos enriquecendo brutalmente que com o nosso dinheiro.

E o ponto central para realizar tal discussão é ter uma consciência cada vez mais clara de que quem produz os recursos e a riqueza é a sociedade. É o conjunto de pessoas que forma o tal "povo" que não é nem pobre ou rico, mas é comum no sentido de ser parte de um todo com interesses e valores coincidentes. Pertence a esse povo o dinheiro nacional, bem como a conduta dos seus gerentes, eleitos por tempo limitado. Eles não são os seus donos, mas os seus gerentes. Eles não têm o direito de fraudar esse povo em nome de sua libertação ou de sua miséria, mas a obrigação de honrá-lo com o gerenciamento eficiente e honesto dos seus recursos.

Só a consciência radical da igualdade perante a lei e da responsabilidade publica dela decorrente pode nos libertar desse embrulho ideológico mistificador no qual os governantes se apresentam como protetores, mães, pais e tios, primos e, no fundo, proxenetas do "povo". Esse povo propositalmente confundido de modo imoral e populista com os "pobres" que precisam de um Deus no céu e de nossa ação a seu favor na terra. É entre ele e os projetos governamentais que brotam as mestiçagens do público com o privado — essas misturas que multiplicam bens num grau que escandalizaria um imperador romano.

Precisamos urgentemente de uma consciência de limites — essa irmã do bom-senso. O bom-senso sobre o qual Tom Paine, em pleno século XVIII, exortando a separação entre pessoa e papel num mundo novo, marcado pelo individualismo e pelo ideal de liberdade e igualdade, discutia. Tal conta de chegar entre pessoa (com seus interesses particulares) e papel público (que demanda isenção, equilíbrio e altruísmo). Sabemos como isso é complexo num pais marcado pela desigualdade da escravidão, como bem viu Joaquim Nabuco. Mas, sem essa consciência do que é público e do que é particular, não vamos alcançar o mínimo da responsabilidade pública demandada numa democracia representativa, pois ela depende dessa discussão daquilo que é suficiente para cada um de nós num sistema onde, aparentemente, o céu pode ser o limite — como exemplificam os nossos representantes (???) na esfera pública, sobretudo os que nos governam.

Termino com uma parábola.

Conta-se que, numa reunião na mansão de um multimilionário americano, o escritor Kurt Vonnegut Jr. (autor, entre outros, do incrível "Matadouro 5") perguntou ao seu colega Joseph Heller (autor do não menos perturbador e brilhante "Ardil 22"): "Joe, você não fica chateado sabendo que esse cara ganha mais num dia do que você jamais ganhou com a venda de 'Ardil 22' no mundo todo?" Ao que Heller respondeu: "Não, porque eu tenho alguma coisa que esse cara não tem!" Vonnegut olhou firme para ele e disse: "E o que você acha que pode ter que esse sujeito não tenha?" Resposta do Heller: "Eu conheço o significado da palavra suficiente!".

Publicado no Globo de hoje. Roberto DaMatta é antropólogo.

Corrupção aumenta drama da Serra - Editorial do Globo de hoje

Vítima do maior desastre natural da História do país, a Região Serrana fluminense tem sido palco, desde as enchentes que no início do ano mataram 900 pessoas e deixaram em seus municípios milhares de famílias desabrigadas, de um drama no qual se misturam três pragas do Estado brasileiro. A primeira brotou da própria tragédia - o pouco apreço dos governos com ações preventivas que reduzam riscos decorrentes de contingências ambientais. O dilúvio foi um fenômeno da natureza, mas não tiveram nada de inato a falta de medidas de precaução, a ineficiência e os equívocos de comunicação entre si de órgãos de defesa civil que marcaram a atuação do poder público ao cair das chuvas, o que potencializou prejuízos materiais, morais e familiares na Serra. A segunda é a burocracia que dificulta iniciativas de reparação de danos e de ajuda a moradores e empresas atingidos pela calamidade.

A terceira praga, a corrupção, entrou em curso antes mesmo de o nível das águas baixar. Bombeado por um propinoduto, um esquema de acertos drenou para bolsos privados recursos liberados pela União para a reconstrução das áreas atingidas. Uma série de reportagens do GLOBO mostra a dimensão da desfaçatez: um grupo de funcionários públicos e empresários, segundo investigações da Justiça, teria pactuado o reajuste de propinas para aprovar contratos sem licitação.

De acordo com um empresário, em Teresópolis o percentual da taxa ilegal, normalmente (sic) de 10%, passou para 50% após a enxurrada. As denúncias chegam ao primeiro escalão do governo municipal, envolvendo dois secretários. O prefeito é objeto de uma ação de expulsão movida pelo diretório local do PT. O fato pitoresco de propinas terem sido pagas até no banheiro da prefeitura apenas acrescenta um iconográfico componente à sordidez do esquema de fraudes.

Em Nova Friburgo, a cidade mais atingida pelo temporal e que recebeu a maior fatia da verba da União, o Ministério Público Federal já instaurou mais de uma dezena de inquéritos, cobrando explicações do governo municipal. Diante das evidências de que a prefeitura poderia maquiar os processos de liberação de verbas, oficiais de justiça cumpriram ontem mandados de busca a processos com informações, sonegadas pelo prefeito Dermeval Barboza Moreira Neto (PMDB), sobre a aplicação dos recursos repassados por Brasília. Por improbidade administrativa, Moreira Neto e o procurador-geral do município, Hamilton Sampaio da Silva, são alvo de uma ação civil pública do MPF.

As investigações estão em curso. É fundamental que o Ministério Público as leve ao fim, com a punição exemplar de todos os envolvidos no escândalo. A formação de esquemas de corrupção para surrupiar verbas públicas é condenável por princípio. Mas todo esse episódio de malversação da ajuda financeira à Serra tem o perverso agravante de que tragédias pessoais serviram de pano de fundo de ações criminosas. Deixá-las sem uma resposta firme da Justiça trará para o palco do drama outra das grandes pragas do país - a impunidade.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mais notícias do XXI comboio....

Distribuimos doações de roupas de frio para Tia Jane e filhas e estolas feitas com amor para as senhorinhas do LAJE (Lar Abrigo Amor a Jesus). Esperamos que o carinho e as estolas ajudem a aquecer no inverno...

Obrigado a todos que contribuíram com esta ação!





Tarde de domingo mais feliz...


Tia Jane aquecida!



Confira matéria sobre o projeto LAR no Bom Dia de Friburgo






No XXI comboio, gravamos matéria com a InterTV, que foi ao ar nesta manhã. Confira neste link!

E notícias de bastidores... O cinegrafista, Alex, não estava escalado para fazer a gravação. Mas, na última hora, tudo mudou e, quando ele chegou ao local, a agradável surpresa: o reencontro com seus padrinhos, dona Maria e seu Jorge, que não se viam há muito tempo e não tinham notícias uns dos outros. Isso é CesoRJ! Veja o depoimento.

E, ainda, o que o repórter Guilherme falou sobre o CesoRJ.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Orientações sobre o treinamento

Atenção a todos os inscritos no Evento de Cidadania Móvel, email com as datas e os locais de treinamento foram enviados. Precisamos da resposta para qual dia vocês estarão disponíveis. Aguardamos o contato.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

domingo, 3 de julho de 2011

Nova Friburgo terá debate sobre mudanças climáticas: autoridades discutirão prevenção a catástrofes naturais

Do jornal A Voz da Serra

O Instituto Casa do Pau-Brasil e a Prefeitura de Nova Friburgo, por intermédio das secretarias municipais de Educação e de Meio Ambiente, organizam a conferência “Mudanças climáticas: vulnerabilidades e desafios socioambientais”, que será realizada no dia 6, das 9h às 17h, no Country Clube (Avenida Conselheiro Julius Arp 140, Centro). Segundo os organizadores, este encontro tem como objetivo principal fornecer informações importantes para que no próximo verão a sociedade esteja melhor preparada para as possíveis fortes chuvas típicas da estação.

Entre os principais palestrantes estarão presentes Haroldo de Mattos Lemos, presidente do Instituto Brasil do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma); Carlos Alberto Muniz, vice-prefeito e secretário municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro; Airton Bodstein, coordenador do mestrado em defesa e segurança civil da Universidade Federal Fluminense (UFF); Olney Botelho, presidente do Conselho de Desenvolvimento de Nova Friburgo (Codenf); Eduardo De Vries, secretário municipal de Meio Ambiente; Maria Luiza Ferreira, presidente do Instituto Casa do Pau-Brasil, entre outras personalidades da área.

Serão abordados temas como a contribuição da ciência e tecnologia no apoio à gestão de desastres, plano nacional de defesa civil e prevenção de catástrofes, ocupação irregular do solo, gestão do lixo, mudança climáticas — fenômeno global versus impacto local —, entre outros assuntos.

A conferência tem apoio institucional do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente, Universidade Federal Fluminense, Estácio de Sá Nova Friburgo e Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do e-mail institutocasadopaubrasil@hotmail.com.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Cidadania Móvel - onde o holofote da mídia não chega


Participe deste evento!

Com base no mapeamento de 112 áreas atingidas, vamos cruzar dados com cadastros, para incentivar ações convergidas para reconstrução e devolução da dignidade dos habitantes do 3º Distrito.

Nos dias 16 e 17 de julho, vamos:

1- Georeferenciar 112 pontos que foram atingidos pelas chuvas de janeiro
2 - No local, aplicaremos um formulário de cadastro para obtermos as condições naquela área 6 meses após a tragédia
3 - Contaremos com jipeiros do Rio de Janeiro e Nova Friburgo

Haverá um treinamento antes do evento. Se puder ir, por favor deixe seu email e/ou telefone para que possamos entrar em contato para o treinamento e passar maiores detalhes.

Converge conosco?
Dúvidas: cidadaniamovel@cesorj.com.br

Boas notícias - passe adiante

Ontem doamos o equivalente a 12,4 mil reais em remédios - Prograf 5mg. Esta doação foi para Vassouras, por ser um remédio específico, não identificamos ninguém na área rural para entregarmos. O CESO é isso, convergir para o bem de todos!

Também recebemos do Escritório de Advocacia Carvalhosa e Eizirik a doação de 170 cobertores que já têm destino certo: LAJE - Lar Amor a Jesus que cuida de idosos e teve sua estrutura abalada pelas chuvas de janeiro. Nós já doamos material médico a eles, chegou a hora de esquentá-los!