Há um ano o Rio de Janeiro acordou diferente, sem saber o que havia lhe alterado seu estado, meio sem rumo, sem saber o que se passara, mas ciente de que algo grave havia ocorrido. Cicatrizes na mata, na mente, no corpo e na alma.
Sem ter a real dimensão da tragédia, moradores, mídia, voluntários e autoridades agiam mais pela emoção que pela razão e buscavam resgatar o que ainda lhes era possível salvar.
Um ano depois, moradores buscam ainda se reerguer, enquanto a mídia noticia o que todos já sabem: que as autoridades NADA fizeram para solucionar o problema, inventando mil desculpas para justificar 365 dias de desvios e má administração pública - máquinas paradas por falta de material, verba destinada não aplicada, pontes por construir, rios por dragar, rios servindo para despejo de lama retirada de deslizamentos, encostas por conter. Quanta lavoura por colher e por escoar - por onde?
Voluntários agora há poucos; como há poucos Seres Humanos de fato comprometidos com a vida, principalmente quando não se trata da própria.
A tragédia que serve de certa maneira para modificar o cenário, principalmente dentro de nós mesmos e gerar uma possibilidade de reescrevermos nossa história, de redefinirmos nossos valores, acaba sendo apenas uma oportunidade de enriquecimento ilícito para uns e drama para outros tantos, incontáveis outros, partes de nós mesmos - mas não adianta apenas termos dó e piedade, há de se canalizar esta energia em ação transformadora: inclusive para que as mortes não tenham sido em vão.
Por fim, o CESO deseja aos sobreviventes e também aos vitimados Força e Luz em sua jornada, pois cremos que há caminhos por toda parte. E que onde não houver caminho, que voaremos.
Estejamos atentos, estejamos abertos, façamos com o coração: os caminhos se apresentarão - ou asas nascerão.
Paz e Bem a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário