A sensação de quem visita a Região Serrana hoje é de que o tempo parou desde 12 de janeiro, data da maior catástrofe natural do país. O cenário em alguns bairros da região é o mesmo do dia seguinte à tragédia: casas em ruínas, carros retorcidos e lama, troncos e pedras cobrindo antigas vias. Um dos locais mais atingidos, o bairro de Córrego Dantas, em Nova Friburgo, tem áreas aonde até agora não chegou uma máquina para limpar os acessos e tirar os escombros. No último domingo, uma enorme pedra rolou de uma encosta, deixando em pânico moradores do bairro. Há mais duas ameaçando cair, de acordo com relatos. As chuvas dos últimos dias também causaram apreensão. As galerias continuam entupidas.
- Como as coisas estão demoradas, os moradores perdem a paciência. O que está deixando a população mais nervosa é a demora na dragagem e na contenção de encostas. No domingo, com sol quente, rolou uma pedra lá de cima. Dá vontade de largar tudo - diz a comerciante Denise Thurler, que só depois de dois meses assistiu à limpeza das ruas principais do bairro.
Quem ainda continua na região precisa se arriscar em pinguelas para chegar ao outro lado do córrego, que virou um rio. Os moradores temem ainda um surto de dengue. Famílias que moram na Rua Tereza Paula fizeram uma vaquinha para contratar uma retroescavadeira, que abriu os acessos. Até agora, o que se vê é a mesma devastação de 80 dias atrás.
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